Com origem em São Paulo, Brasil, nos anos 80, o pixo é uma linguagem urbana com caráter anarquista, onde ela possui seu próprio vocabulário e é utilizada tanto como uma linguagem secreta quanto como um símbolo de resistência. Por influência punk, o pixo tem como primeiras inspirações as capas de discos de heavy metal, que também são graficamente inspiradas nas runas anglo-saxônicas. É fascinante ver como um alfabeto com milhares de anos foi adotado pela comunidade urbana de São Paulo.
"Arte como crime, como arte"
Embora alguns considerem o pixo como uma forma de vandalismo, outros o veem como uma expressão autêntica e crua da cultura urbana brasileira. Essa prática tem raízes profundas nas periferias das grandes cidades, muitas vezes associada a jovens que buscam visibilidade e uma maneira de deixar sua marca em um ambiente urbano que muitas vezes os exclui. O pixo é, para alguns, uma maneira de reivindicar espaço e a sua identidade. Contudo, a controvérsia em torno do pixo reside na sua natureza muitas vezes ilegal e na destruição de propriedade pública e privada. Isso gera debates sobre os limites entre a expressão artística legítima e a necessidade de preservar o patrimônio e a estética urbana.
Na minha opinião, o controle do pixo é insensato. Ele é uma manifestação contínua dos jovens marginalizados e um ato anarquista. O pixo está vivo e acompanha a cena urbana ao longo do tempo, sendo a prova de que a arte e a criatividade humana vão além das convenções de uma galeria e da legalidade. Ao caminhar em uma cidade onde a cena urbana está tão viva esteticamente, pode não ser a visão mais convencional e agradável, mas é uma cidade onde, apesar das graves diferenças sociais, a resistência fala mais alto.