segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Pré - Big - Bang

A construção do Sol. E a vigia. 

Clareira de esplendor — a falta de palavras. A negação de uma flor e o seu desflorar em virtude. Ternas são as nuvens que vestem o Atlântico de infinitas possibilidades. O Azul o Verde o Basalto. Força terrível e tragicamente divina. Toda a sua luz, refletida sobre a íris da sua óptica, revelava a imagem da imagem que a guardava. E imóvel continuas, sobre o clarão do grande satélite. Horizonte sem fim e o estrondo da explosão. O ser entregue à imensidão do mundo e toda a perda de sentido — a repetição com todas as palavras que me faltavam. O bom tempo, estende-se sobre o canal e as estradas, cortadas. O teu leito sobre a alongada e escura rocha é agora coberto pela neblina que sempre lá esteve e não foste capaz de ver através dela. Nem eu. O balanço do som arrastou-me para longe e vi-me perdida pela agitação de toda a ondulação que derrocou a imponente falésia, atrás de ti. Caminhava, ainda assim, descalça — por entre todas as formas de luz que desenhavam os limites da tua pose. 

O interdito. E o oculto de todo o eclipse.