De que forma é que as novas tecnologias de matriz digital têm ou não impacto na
formalização do meu discurso artístico?
É característica humana e comum ser-se social. As interacções pessoais e a projeção
própria de cada indivíduo é uma reflexão natural e as influências que exercem na nossa
construção são espontâneas. Não é diferente com o mundo da tecnologia, que desde a sua
evolução tem acompanhado o nosso crescimento até ao tempo em que vivemos. Para se ser
profissional é necessário ser-se tecnológico também e, quando não é necessário, é ainda assim,
uma mais valia e uma competência valorizada.
Deste modo, o impacto é óbvio e infalível. Como designer opero a minha arte através da
tecnologia, utilizo-a para pesquisa, inspiração, instrumento e lazer. Como pessoa e
individualidade, existe um esboço tecnológico aparente que me reflete nas conhecidas redes
sociais ou sites de divulgação de trabalhos. São um agente de mim mesma e ajudam a partilhar o
que me compõe e quem sou, pessoal e artisticamente. Logo, formula o meu discurso no sentido
em que é impossível separar o que sou, da experiência e da minha presença e relação com a
tecnologia dado que não comunico apenas a informação imparcial que pretendo ou que me é
pedida, comunico-me também a mim mesma através de um instrumento tecnológico, quer seja a
um computador, internet, entre outros.
Por fim, é possível concluir que a tecnologia é autora da sua própria era, expressando uma
nova relação do mundo com ele mesmo, fazendo de ponte no processo, ainda evolutivo, entre a
realidade, a sua faceta virtual e as recentes formas de pensamento. Surge a arte tecnológica,
devendo, desta forma, o artista gerir e usufruir o melhor possível da tecnologia em prol da sua
arte.