quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

O que é realmente real?


Nós, humanos, somos levados a crer logo desde o princípio das nossas vidas que o mundo em que vivemos tem uma realidade material absoluta, e fomos construindo toda a nossa vida nessa perspetiva.

    Toda a informação que temos acerca do mundo exterior é-nos transmitida através dos nossos cinco sentidos, que são as ferramentas que usamos para conceber o que existe fora de nós, dentro de nós. O mundo que conhecemos consiste no que vemos, no que saboreamos, no que ouvimos, no que cheiramos e no que tocamos.
    Mas até que ponto é que podemos confiar nestes sentidos e na maneira como estes captam a realidade? Pois é sabido que eles podem ser facilmente enganados. Existem ilusões óticas, ilusões sonoras e até ilusões tácteis, logo como poderíamos ter a certeza que não estamos a viver numa ilusão constante? Como saberíamos se o que está à nossa volta realmente existe?
    Isto deixa várias questões: O que é a real? Será a realidade tudo o que existe independentemente de ser observável ou não? Desapareceria tudo o que conhecemos se não houvesse ninguém para o observar e experienciar?
    Das várias teorias existentes sobre o tema, uma das mais faladas é a teoria do “Realismo”. Que sustenta o princípio da transcendência do objeto em relação ao sujeito, ou seja, o mundo físico existe independentemente do pensamento e da perceção humana.  O sol continuaria a existir mesmo que não estivéssemos cá para o observar.
    E em contraste com esta teoria, existe o “Idealismo”. Que defende o princípio da imanência do objeto em relação ao sujeito, onde não existem coisas reais independentes da consciência.
    A verdade é que não conseguimos saber a verdade. Não conseguimos sabemos se o mundo exterior existe…tudo o que podemos fazer é acreditar que existe. Pensar de outra forma iria provavelmente levar-nos a uma frustração quase insuportável. O “Realismo” (sendo a verdade ou não) é muito mais conveniente, mais saudável e funciona.
    Não somos e provavelmente nunca seremos capazes de compreender ou descodificar todos os mistérios do Universo, nem nunca seremos capazes de responder a todas as perguntas que podem ser feitas. Podemos apenas andar à volta delas, refletir sobre elas e explorá-las, deixando assim, a marca da nossa existência.