Nós, humanos, somos levados a crer logo desde o princípio das nossas vidas que o mundo em que vivemos tem uma realidade material absoluta, e fomos construindo toda a nossa vida nessa perspetiva.
Toda a informação que temos acerca do mundo exterior é-nos
transmitida através dos nossos cinco sentidos, que são as ferramentas que usamos
para conceber o que existe fora de nós, dentro de nós. O mundo que conhecemos
consiste no que vemos, no que saboreamos, no que ouvimos, no que cheiramos e no
que tocamos.
Mas até que ponto é que podemos confiar nestes sentidos e na
maneira como estes captam a realidade? Pois é sabido que eles podem ser
facilmente enganados. Existem ilusões óticas, ilusões sonoras e até ilusões tácteis,
logo como poderíamos ter a certeza que não estamos a viver numa ilusão
constante? Como saberíamos se o que está à nossa volta realmente existe?
Isto deixa várias questões: O que é a real? Será a realidade
tudo o que existe independentemente de ser observável ou não? Desapareceria
tudo o que conhecemos se não houvesse ninguém para o observar e experienciar?
Das várias teorias existentes sobre o tema, uma das mais
faladas é a teoria do “Realismo”. Que
sustenta o princípio da transcendência do objeto em relação ao sujeito, ou seja,
o mundo físico existe independentemente do pensamento e da perceção humana. O sol continuaria a existir mesmo que não estivéssemos
cá para o observar.
E em contraste com esta teoria, existe o “Idealismo”. Que
defende o princípio da imanência do objeto em relação ao sujeito, onde não
existem coisas reais independentes da consciência.
A verdade é que não conseguimos saber a verdade. Não
conseguimos sabemos se o mundo exterior existe…tudo o que podemos fazer é
acreditar que existe. Pensar de outra forma iria provavelmente levar-nos a uma
frustração quase insuportável. O “Realismo” (sendo a verdade ou não) é muito
mais conveniente, mais saudável e funciona.
Não somos e provavelmente nunca seremos capazes de
compreender ou descodificar todos os mistérios do Universo, nem nunca seremos
capazes de responder a todas as perguntas que podem ser feitas. Podemos apenas
andar à volta delas, refletir sobre elas e explorá-las, deixando assim, a marca
da nossa existência.