Em Portugal, em cada 100 casamentos, ocorrem 70 divórcios, segundo a plataforma PorData, da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Os dados têm a ser vindo atualizados, mas desde o início do século XXI que o número de divórcios, mais do que duplicou, tornando Portugal no país com maior taxa de pedidos de divórcios da Europa (dados de 2016, segundo PorData).
Verdade seja dita: este aumento, aparentemente significativo, seria de esperar tendo em conta as mudanças legislativas relativas aos divórcios nestas últimas duas décadas (a partir de 2002, a lei que obrigava um divorciado a esperar 6 anos até se poder voltar a casar, alterou-se. Em vez de 6, passaram a ser 3 anos. Isto resultou numa maior vaga de divórcios. No entanto, em 2008, a lei voltou a ser reformulada - ao contrário dos 3 anos, passou a ser apenas 1 e o divórcio podia ser pedido apenas por um cônjuge - aumentando, de novo, os pedidos de separação); a crise económica de 2011 e as tecnologias, que nos passaram a consumir uma enorme parte de tempo livre e que constantemente nos distraem de investir em relações interpessoais que tenhamos interesse em cuidar.
Na minha opinião, todos os fatores acima (económicos, legislativos, tecnológicos) têm um grande peso na forma como a sociedade encara um casamento, atualmente.
Há 50/60 anos atrás, nada disto faria sentido. Não apenas pela mentalidade das pessoas, pelos valores defendidos pela sociedade e o próprio Estado, mas também por não existirem as facilidades e as distrações que hoje existem.
Sinto que as gerações mais novas, não têm qualquer interesse em casar-se devido às complicações que lhe advêm. Nos dias que correm, realmente não faz sentido nenhum, casar. As pessoas não vêem relações amorosas com a mesma mentalidade que antigamente. O mundo e a sociedade estão em constante mudança. Cada pessoa, cada um de nós está em constante evolução, constante mudança, constante procura, constante descoberta. Seja de nós mesmos, do mundo ou das pessoas que nos rodeiam.
Coisa que antigamente não era possível nem valorizada, ao nível que é hoje em dia.
Por esta razão, considerei este tema bastante relevante relativamente à Unidade Curricular de Cultura Visual porque ilustra a constante mudança, evolução e descoberta de cada ser como indivíduo único e especial; porque se interliga com as matérias abordadas nas aulas e porque é um tema que me interessa bastante, pois explora a complexidade da evolução do ser humano.