quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Vida real ou virtual?




Hoje em dia cerca de três bilhões de pessoas, sendo assim 40% da população mundial usa redes sociais. Chegamos a gastar em média por volta de duas horas todos os dias a partilhar, gostar de fotografias e escrever tweets para atualizar as nossas plataformas. Isto equivale a meio milhão de tweets e fotos partilhadas no Snapchat a cada minuto. Como assim as redes sociais desempenham um papel tão importante nas nossas vidas? Será que estamos a prejudicar o nosso bem-estar, assim como a perder o nosso tempo?
Arrisco dizer que as redes sociais foram criadas para que todos pudéssemos discutir e partilhar as nossas opiniões, mas antes de conhecermos os aspetos reais destas plataformas, é necessário entender o que realmente significam as redes sociais. Estas são um termo usado para descrever a interação entre grupos ou indivíduos nos quais eles criam, compartilham e trocam ideias, imagens, vídeos e muito mais pela internet. Nos dias de hoje, observamos que as crianças crescem no meio de todos estes dispositivos móveis e sites interativos de redes sociais, como Twitter, Instagram e Facebook, fazendo com que estas plataformas se tornem um aspeto vital nas suas vidas. Mas que feitiços carregam para nos deixar tão encantados? Este encanto deriva na transformação do comportamento dos jovens na relação com os seus pais, amigos, e leva muitas vezes a uma troca de prioridades, em que a vida virtual se encontra em 1º lugar.
Na realidade, as redes sociais causam um efeito duplo pois tanto afetam positivamente como negativamente. No lado positivo, estes podem ter um grande papel devido a funcionarem como ferramentas quase indispensáveis na vida profissional como comercializar as habilidades dos jovens profissionais e encontrar oportunidades de trabalho. Mas, por outro lado, a internet está carregada de vários riscos associados às comunidades on-line. O cyberbullying é considerado um tipo de assédio que apenas ocorre na internet e tem grande peso na nossa sociedade. Para além disso encontramos muitos outros problemas decorrentes do uso intensivo destas plataformas como o stresse, a ansiedade social, a depressão, solidão, falta de sono entre outros que não trazem nada de enriquecedor para as nossas vidas. Porém, elas acabam por criar um vicio sobre a sociedade. Este uso excessivo das redes sociais está relacionado com problemas de relacionamento, pior desempenho académico e muitos outros.
Com isto, podemos concluir que apesar de observarmos todos estes problemas sofridos, cada vez mais membros da população aderem a esta bola de neve, envolvendo-se de tal forma que chegam a viver com maior intensidade e dar extrema importância à sua vida virtual do que à vida real. Tudo à nossa volta se relaciona e “tem” de estar exposto nestas plataformas, quase como uma obrigação. Se não estiver lá, é como se não existisse. Basta uns filtros a disfarçar e um sorriso colado por cima que já nos tornamos tudo o que não nos preenche. A necessidade de imitar alguém que não somos torna-se quase um dever imposto pela pressão social, como acontece com o plástico. Ao longo dos anos, este foi adquirindo um papel tão grande que dificilmente irá desaparecer. Tudo no mundo está a ser plastificado, pois ele possui a capacidade de se moldar e imitar qualquer objeto existente. O mesmo acontece connosco. A cada dia que passa plastificamos cada vez mais as nossas vidas até já não existir uma gota de verdade.