sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Comentário, de um videojogo, de Simone de Seauvoir

 

Nier: Automata é um videojogo que, entre outros aspetos, integra e apresenta ideias de filósofos na sua história. 

Um desses filósofos é Simone de Beauvoir, representada por um robô adornado de um grande vestido e adereços, sendo alguns desses adereços carcaças de robôs e androids. 

 

Simone luta contra a personagem principal, (um android), que o jogador controla, cantando e dançando durante a batalha, e quando ela se torna mais enfraquecida, ela descarta os seus adereços e luta de forma mais salvagem, até que a personagem que o jogador controla ganhe a luta e o robô seja destruído. 

 

Mais tarde, prosseguindo a história do jogo encontramos uma vila de robôs pacíficos, e nessa vila, podemos interagir com um robô que tem uma cartola preta na cabeça, que se chama Jean-Paul, que se refere a Jean-Paul Sartre. Jean-Paul não tem interesse em falar connosco então o jogador pode decidir falar com os seus seguidores. 

Esses seguidores que também são robôs que se aparentam com maneirismos e adereços “femininos”, como o robô Simone. Chegamos à conclusão que Jean-Paul também não se interessa pelos seus seguidores, e pouco depois, desaparece da vila e nunca mais o vemos. 

 

Prosseguindo na história do jogo, conseguimos ler um fragmento da memória do robô Simone. Este robô, igual a todos os outros, sem qualquer adereço, apaixona-se por Jean-Paul, no entanto, como já foi deduzido pelo jogador, ele não dá qualquer atenção a Simone. 

 

Simone, desesperada pela atenção de Jean-Paul, decide seguir a cultura humana, e extraiu dessa cultura que a beleza era a melhor forma de atrair atenção, e é a partir daqui que ela se começa a se generizar na direção feminina. Dizendo coisas como “Beauty is stylish accessories. Beauty is looking one’s best.” 

 

Com esperanças que, assim, Jean-Paul se interessaria por ela. Sendo mesmo isto inefetivo, ela levou a procura da beleza ao extremo, começando a matar androids e robôs, e tanto os consumia como os servia de acessórios decorativos do seu vestido pois foi convencida que fazer isto a tornaria mais bela. 

Este amor foi não foi correspondente e aqui acaba o seu fragmento de memória. 

 

Aqui podemos ver mais um caso da frase “one is not born a woman, but becomes one”, com o exemplo de Simone e dos seguidores de Jean-Paul, onde o robô, sem conceito de gênero, se transformam em mulheres pelo meio em que vivem. Aqui os robôs limitam-se a copiar os conceitos humanos. 


 

Especialmente no caso do robô Simone, que desesperadamente, seguindo as normas humanas dos gêneros, cometeu grandes atrocidades que custariam a vida de muitos androids e robôs. 

Fig 1 - Design do robô Simone