segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

União ou Consumismo?


Segunda-feira passada (dia 20) fui ao centro comercial Colombo para comprar os presentes que faltavam para os meus irmãos e como é óbvio, estava longe de ser a única pessoa que se lembrou de comprar prendas naquele dia.
Confesso que todo este “ritual” de dar e receber não é nada prazeroso para mim mas sinto-me na obrigação de participar e por isso, foi um dia preenchido por uma procura forçada de coisas inúteis para oferecer, como uma tentativa de comprar felicidade. A quantidade de gente no shopping, a andar dum lado para o outro, era absurda. O tamanho das filas era absurdo. Alguns com a pressa de despachar o que tinham por comprar, acabavam por ir contra outros ou tentar passar à frente nas filas. Isto é o espírito natalício e quem sou eu para o julgar? Na verdade, escrever acerca disto faz-me sentir bastante hipócrita porque também eu andei no meio daquele ambiente sobrecarregado pela pressão das prendas.
No final do dia, quando cheguei a casa e olhei para o que tinha comprado pensei, “Isto era mesmo necessário?”. Se não fosse o Natal, nunca teria comprado o que comprei, foi forçado e extremamente stressante mas por outro lado, precisava de ter algo para oferecer.
O ato de “oferecer” é bonito quando é espontâneo e/ou de livre vontade e sem duvida que para a maioria dos consumidores carregados pelo espírito natalício, o sentido de obrigação e de fazer "parecer bem", ultrapassa a livre vontade. Mas o Natal é isto? A união, bondade e todas essas coisas bonitas resumem-se a chocolates em formato de pai Natal ou bugigangas? Confesso que até noto um espírito competitivo entre os meus irmãos no que toca a comprar prendas.
Sim, o Natal é maioritariamente isto. O Natal é para gastar, alimentar negócios e estratégias de marketing, consumir… O homem da atualidade é facilmente atraído e comprado. Os objetos que ele pensa possuir, acabam por o possuir a ele. É o retrato da sociedade materialista e capitalizada. Eu, faço parte daquilo que critico, para muitos é inevitável.