O tempo passa e a nossa sociedade continua na clássica agitação diária. Nos dias de hoje, o cuidado com a nossa saúde mental tem sido um tema cada vez mais abordado. A arte tem um profundo efeito na saúde mental, oferecendo uma poderosa válvula de escape para emoções, pensamentos e experiências. Diversos estudos dizem que a arte estimula a libertação de dopamina, um neurotransmissor responsável por levar informações do cérebro para as várias partes do corpo. Assim, o processo criativo permite que os indivíduos concentrem a sua atenção no momento, promovendo a plena atenção e o relaxamento.
O número de casos de depressão no mundo não pára de aumentar. Segundo os dados da OMS, 322 milhões de pessoas vivem com depressão. A ansiedade, outro transtorno mental, também está em crescimento. Segundo especialistas, problemas socioeconómicos como pobreza, desemprego, ambiente, estilo de vida, em grandes cidades, são eles os grandes vilões.
Durante a pandemia, muitas pessoas adotaram hobbies criativos para se manterem ocupadas e distraídas das notícias que invadiam os nossos ecrãs 24 horas por dia. Isto porque a arte permite que os indivíduos se expressem criativamente, proporcionando um processo terapêutico. Como é que nos sentimos quando criamos arte? Algumas pessoas calmas, outras focadas, inspiradas, ou felizes, ou então tudo isto ao mesmo tempo.
Além disso, a arte pode fomentar um senso de conexão e pertença dentro das comunidades. A expressão criativa permite que as pessoas compartilhem as suas histórias, experiências e perspetivas, promovendo a compreensão e empatia entre os espectadores.
Tomemos como exemplo a música. A música tem um papel significativo na saúde mental. A "musicoterapia" é uma forma de terapia que utiliza a música para tratar várias condições de saúde mental, incluindo depressão, ansiedade e transtorno de stress pós-traumático. Através da criação ou escuta ativa de música, os indivíduos podem explorar e expressar emoções que podem ser difíceis de comunicar através das palavras. O médico e escritor inglês Oliver Sacks explora, no seu livro "Musicofilia", o lugar que a música ocupa no cérebro e como é que ela afeta a condição humana. O autor apresenta uma variedade daquilo que designa por "desalinhamentos musicais". Ainda assim, tocar um instrumento musical também pode ter benefícios terapêuticos, proporcionando uma sensação de realização, desenvolvenfo as capacidades de concentração e coordenação.
A arte permite que as pessoas expressem os seus sentimentos e emoções de maneira segura e controlada.
Isso pode ser particularmente útil para aqueles que têm dificuldade em expressar as suas emoções. Através da pintura, escultura, desenho, fotografia ou qualquer outra forma de arte, os indivíduos podem expressar os seus pensamentos e sentimentos internos, ajudando-os a entender e lidar com suas emoções.
Em conclusão, a arte tem um impacto transformador na saúde mental, facilitando a expressão emocional, promovendo a atenção plena, fomentado a conexão comunitária e incentivando o auto-cuidado. Incorporar a arte na vida de alguém pode levar a um bem-estar mental e maior felicidade.
