A inovação é o símbolo da modernidade, promete uma vida mais fácil e conectada com produtos como automóveis, aviões, aparelhos médicos e telemóveis. Mas esta ideia de progresso oculta várias contradições e consequências indesejáveis, apresentando um avanço ilusório que preferimos não questionar.
Os carros, por exemplo, são
concebidos para impressionar, não para durar, e a inovação torna-se uma montra
de produtos que rapidamente se tornam obsoletos, não venham já assim da
fábrica, e que são, muitas vezes, propositadamente difíceis de arranjar. A
promessa do progresso oculta a realidade de produtos de vida curta, logo
substituídos.
Por trás destes, estão
trabalhadores em condições intensas e, muitas vezes, perigosas. Em vez de
dignificar, a inovação desumaniza, tratando o trabalhador como uma peça
descartável para aumentar a produtividade e o lucro. Assim, aquilo que prometia
melhorar a vida transforma-se em alienação e perda de identidade para o
trabalhador.
A produção acelerada provoca
poluição e exploração de recursos naturais, gerando resíduos electrónicos e
industriais. A inovação é apresentada como sustentável, mas na prática, o custo
ambiental é elevado, e o "futuro verde" não passa de uma promessa
vaga enquanto a natureza suporta as consequências.
A inovação revela-se ainda um
ciclo necessário de consumo, obsolescência e insatisfação. Não é permitido
viver sem telemóvel, e quanto melhor ele for, melhor é a nossa vida. Vivemos à
espera do próximo produto sem alcançar uma verdadeira evolução, tornando-nos
dependentes de novidades passageiras que, em vez de libertar, nos aprisionam.
É um mito que promete melhorar a
vida, um ciclo de consumo e desperdício, no qual celebramos superficialmente
cada novo lançamento.