A indústria do entretenimento e o storytelling visual desempenham um papel crucial na forma como as histórias são contadas e percecionadas, não só de uma forma geral, mas também nos pequenos detalhes que enriquecem as narrativas. Desta vez, venho falar um pouco do mundo cinematográfico e de como a retórica da imagem de Roland Barthes se inclui neste universo a partir de uma visão crítica. Através do uso estratégico de imagens, cores, composições e símbolos, é possível transmitir mensagens complexas de forma imediata e impactante.
Roland Barthes, em obras como Mitologias e A Câmara Clara, explora como as imagens não são apenas representações neutras, mas carregam significados culturais e ideológicos que transcendem o que está literalmente presente. Ele distingue dois níveis de significado na análise da imagem, a denotação, o que a imagem mostra objetivamente, o seu significado literal e a conotação, o conjunto de associações simbólicas culturais e emocionais que a imagem evoca.
No cinema, esta teoria aplica-se de forma direta. A retórica visual no cinema é uma extensão da narrativa que ultrapassa a palavra escrita ou falada, utilizando símbolos e convenções visuais que enriquecem a experiência do espetador.
Para concluir, podemos analisar que em géneros como o terror as sombras e tons escuros prevalecem mantendo uma atmosfera de mistério e perigo adicionando ainda elementos como casas abandonadas e expressões faciais de medo, remetem a arquétipos culturais associados ao medo. Em contrapartida, nos romances comunicam com cores e enquadramentos um ambiente mais quente e reconfortante como características que sugerem à intimidade.