quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Hiperconsumo da Música

  No ano passado, o artista brasileiro Matuê lançou seu álbum “333”, que apesar de ser diferente do cenário da industral naquela altura e ter chocado o público, tanto na sonoridade quanto na parte conceitual do álbum, foi muito bem recebido. Agora mais recentemente, começou a fazer campanha para seu próximo álbum “XTRANHO”, nas redes sociais, que recebeu algumas críticas negativas devido a estética do álbum e alguns elementos presentes no mesmo.

Mesmo, após inovar com “333”, o artista continua tendo recepção negativa sempre que sai do que é habitual na indústria. O público não consegue aceitá-lo como um artista, enxergam-no apenas como produto, que deve seguir aquilo que é esperado por quem consome.

A inabilidade do público de apreciar o artista e sua arte, nesse caso a música, muito provavelmente é devido a era atual em que vivemos, de alto consumo de mídia e conteúdo audiovisual, principalmente através das redes sociais, como X, TikTok, Instagram... São plataformas que incentivam conteúdo curto, rápido, e o mais importante, conteúdo que engaja, que prende o usuário na plataforma. Esse tipo de conteúdo, pelo menos na parte musical, torna-se algo repetitivo, banal e simplório, deixando de ser arte e passando somente para o estatuto de produto, para fins comerciais e econômicos.

Esse hiperconsumo da arte comercial, deixa o público inapto e estranho a aquilo que é o diferente, mesmo que outrora tenha sido inovador e interessante, o espectador acaba sempre por voltar ao padrão, e rejeitar tudo que foge daquilo que está habituado, o que por sua vez incentiva ainda mais a industrialização da música.