quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
Relacionamentos: Antigamente vs Hoje
Os dados têm a ser vindo atualizados, mas desde o início do século XXI que o número de divórcios, mais do que duplicou, tornando Portugal no país com maior taxa de pedidos de divórcios da Europa (dados de 2016, segundo PorData).
Verdade seja dita: este aumento, aparentemente significativo, seria de esperar tendo em conta as mudanças legislativas relativas aos divórcios nestas últimas duas décadas (a partir de 2002, a lei que obrigava um divorciado a esperar 6 anos até se poder voltar a casar, alterou-se. Em vez de 6, passaram a ser 3 anos. Isto resultou numa maior vaga de divórcios. No entanto, em 2008, a lei voltou a ser reformulada - ao contrário dos 3 anos, passou a ser apenas 1 e o divórcio podia ser pedido apenas por um cônjuge - aumentando, de novo, os pedidos de separação); a crise económica de 2011 e as tecnologias, que nos passaram a consumir uma enorme parte de tempo livre e que constantemente nos distraem de investir em relações interpessoais que tenhamos interesse em cuidar.
Na minha opinião, todos os fatores acima (económicos, legislativos, tecnológicos) têm um grande peso na forma como a sociedade encara um casamento, atualmente.
Há 50/60 anos atrás, nada disto faria sentido. Não apenas pela mentalidade das pessoas, pelos valores defendidos pela sociedade e o próprio Estado, mas também por não existirem as facilidades e as distrações que hoje existem.
Sinto que as gerações mais novas, não têm qualquer interesse em casar-se devido às complicações que lhe advêm. Nos dias que correm, realmente não faz sentido nenhum, casar. As pessoas não vêem relações amorosas com a mesma mentalidade que antigamente. O mundo e a sociedade estão em constante mudança. Cada pessoa, cada um de nós está em constante evolução, constante mudança, constante procura, constante descoberta. Seja de nós mesmos, do mundo ou das pessoas que nos rodeiam.
Coisa que antigamente não era possível nem valorizada, ao nível que é hoje em dia.
Por esta razão, considerei este tema bastante relevante relativamente à Unidade Curricular de Cultura Visual porque ilustra a constante mudança, evolução e descoberta de cada ser como indivíduo único e especial; porque se interliga com as matérias abordadas nas aulas e porque é um tema que me interessa bastante, pois explora a complexidade da evolução do ser humano.
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Mulher - Objecto
10h às 19h – 9€/hora
Formação obrigatória dia 07 Dez – Lisboa – manhã
Medidas roupa S ou XS”
sábado, 8 de dezembro de 2018
O peso da sociedade
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
O pequeno (grande) poder
Nos comboios, nos bares, no Médio Oriente, nas ruas, em casa, na cozinha, na América, nas escolas, na China, nos livros, nas histórias de encantar, em África, na política, na vida profissional, nos restaurantes, na Europa, esse gigante da evolução. Onde é que podemos encontrar a igualdade? Onde podemos encontrar o respeito pelo feminino? Nos sítios acima referidos não é, por certo. O poder propaga-se de geração em geração, esse poder que é a cultura, mas que cultura essa que louva o homem e despreza e diminui a mulher? É comum a todas as culturas a valorização do bom, da vida e do saudável, segundo Levi Strauss. Como é então possível que exista desigualdade, sendo que são necessários uma mulher e um homem para gerar algo bom, ou seja, a vida?
Ora, o “segundo sexo”, aquele que é aparentemente o mais fraco, é o mesmo a quem são exigidos milagres, enquanto o primeiro pode simplesmente existir e já estará a ser aplaudido. “Deves ser bonita”, dizem os media, “uma mulher quer-se bonita e com um aspeto desejável”. “Torna-te desejável e chamar-te-ão nomes”, dizem as mães às filhas, preocupadas com a reputação das mesmas e com aquilo que a sociedade poderia pensar, se a saia fosse um palmo mais curta. “As senhoras não pagam esta noite a entrada”, dizem as discotecas e bares, objetificando a mulher e tornando-a apenas um isco. “Uma mulher tem que se dar ao respeito, se eu o fiz, foi porque ela estava claramente a mandar-me sinais”, dizem os violadores, defendidos pela justiça. Contradições diárias, o sexo feminino é diariamente bombardeado com informações diferentes e incongruentes. Esta supremacia masculina é transmitida através do quotidiano, através dos órgãos de comunicação social e da cultura, esse fruto da evolução humana que nós maldizemos e bem-dizemos sem termos exatamente palavras para descrever o fenómeno, já que até estas fazem parte do mesmo. O mais triste deste processo de alienação e de afastamento do que supostamente seria a civilização, o respeito, é a reificação da metade que também permitiu a evolução (notória através de casos de abuso justificados com base na interpretação subjectiva do sexo masculino de um dado momento, que se eleva a verdade absoluta), mas que não consegue sequer existir conceitualmente sem o masculino. “Um porco fêmea”. E porque não uma “porca macho”? Porque é que o nome naturalmente se utiliza no masculino e é o adjetivo “fêmea” que o define? O feminino não precisa do masculino para se definir, mas enquanto tudo à nossa volta indicar que o sexo feminino parece (ou tem?) que estar dependente da vontade volátil e circunstancial do sexo masculino para existir, que, por vezes, diz “Sê boa menina como as outras” e noutros diz “Sê diferente, sê tu própria, os homens gostam mais de autenticidade”, a supremacia masculina existirá sempre e a desigualdade manter-se-á.
Por fim, a grande questão que se coloca é: Será possível parar o pequeno poder que todas estas afirmações aparentemente inócuas e proferidas por todos em todos os momentos contêm? Quantos séculos é que demora a (verdadeira) evolução?
Qué sucede coa bandeira española?
España é un Estado que sofre de crise de identidade pola resaca dunha mala xestión do seu pasado. Comprender a súa problemática a día de hoxe dende fóra é complexo. Por qué moitos dos españois non se sinten como tal? Por qué cada vez son máis os que, en nacións históricas como Catalunya, Euskal Herria ou Galiza abogan polo separatismo e a autodeterminación? Estas cuestións e moitas máis poderían resumirse nunha pregunta: por qué existe un rechazo público do seu maior símbolo de identidade: a bandeira?
A bandeira española é exhibida con orgullo en manifestacións anti LGTBI, en contra do aborto, en contra da inmigración, en contra da autodeterminación das nacións históricas do Estado español e, como non, en xuntanzas de franquistas e neonazis -ou como os chaman nuns medios de comunicación que acostuman a blanquear o fascismo: “nostálxicos”-. Pero, por qué gañou este simbolismo? A qué se debe o seu uso neste tipo de eventos?
Non hai moito tempo que España viviu case 40 anos de ditadura. Unha ditadura na que Francisco Franco Bahamonde, que de seguro hoxe en día apoiaría todas e cada unha das causas citadas no anterior párrafo, tivo a todo un país reprimido. Se alguén se amosaba públicamente remiso ao réxime, non lle quedaba outra que fuxir e exiliarse noutro país ou ser executado.
Este período foi seguido pola Transición á suposta democracia. A realidade é que Franco, antes de morrer e dar paso a esta etapa, nomeou a dedo a Juan Carlos I como rei de España. Este, a súa vez, nomeou presidente a Adolfo Suárez, histórico do FET y de las JONS. Os dous sentaron as bases do que ía ser o Estado español. Ao comezo, tomaron algunhas decisións, como non legalizar o Partido Comunista Español, que foi a maior forza da oposición durante a ditadura, ata abril do 1977 ou non permitir que se levase a referendo a forma do Estado, implantando así a Monarquía Parlamentaria. Hoxe aínda segue vixente e inalterada a Constitución española de 1978.
Todos estes feitos foron levados a cabo sempre baixo a mesma bandeira, a “rojigualda”, dúas franxas vermellas separadas por unha amarela. Despois da ditadura sustituiuse o águia franquista por un escudo monárquico. Ese foi o único cambio do símbolo que pretende unir a unha nación.
O feito de que, a 2018, a Xustiza española e o Goberno teñan presos políticos por realizar referendos ilegais, músicos condenados a cárcere por inxurias á coroa, humoristas imputados por soarse o nariz na bandeira, a Francisco Franco nun mausoleo aberto a visitas e congregacións de fascistas ou partidos de extrema dereita legalizados e permita o seu auxe no espectro político non axuda a que a poboación se sinta identificada co que, para moitas persoas, non deixa nin deixará de ser a bandeira do bando nacional. O emblema dos gañadores da Guerra Civil.
OBSERVA-(te)-(me)-(nos)
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
Um olhar adequado à época
O que mais ecoa na época festiva do Natal é a conveniente fantasia capitalista de união e caridade. Uma fantasia submetida a um curto período de tempo, que funciona como uma manobra disfarçada para fazer o consumidor gastar, subindo-lhe no ego os valores de altruísmo. Esta fantasia assenta sobre vários pilares culturais, sendo um deles o cinema. Quando se pinta a ideia de uma noite em família na época natalícia, é imprescindível um filme de natal. Não é preciso ser-se cinéfilo para descodificar a mensagem por detrás destes filmes "felizes", inclusivos e acolhedores.
Estes filmes representam pouco mais do que a comercialização do natal. As casas são saídas de catálogos, há um casal heterossexual branco vestido de verde e vermelho, crianças e, claro, um cão. Tudo isto para que a audiência possa sentir que vive o sonho americano durante 1 hora e pouco. Estes filmes são claramente feitos para uma população segmentada: o típico público branco de classe média alta.Transmitem os valores tradicionais de família, dar ao próximo, e oferecem o consolo dos "milagres de natal". São filmes limpos para uma população alienada e automata. São desprovidos de profanação, atos sexuais, violência, não há política (evidente), não há guerra, quando há crimes, são risíveis e cómicos, veja-se o exemplo do franchise "Sozinho em casa" (que percorre 5 filmes, porque uma audiência submissa é uma audiência que se alimenta de mais do mesmo), pois todos esses problemas pertencem às pessoas de cor, aos que vivem na miséria, e aos não católicos. Quem é que nesta época tão casta e pura iria querer ver um filme sobre os problemas que há no mundo? Para fingir uma preocupação desmesurada e angélica não é necessário ver filmes sobre a realidade atual, basta doar à caridade, e não fazer mais nada.
Inúmeros são os filmes de Natal que praticam 'blackface', e, a indústria cinematográfica americana não cessou de ser originalmente racista, como ilustra o filme A Christmas Story. (1983), no qual um grupo de chineses é repreendido por pronunciar mal canções de natal. Para o cinema, o Natal é de facto, A White Christmas (1954). Porém, isso foi no século XX, talvez a geração milenar procure algo mais do que o fútil entretenimento sazonal.
As novas tecnologias e o discurso artístico
formalização do meu discurso artístico?
É característica humana e comum ser-se social. As interacções pessoais e a projeção
própria de cada indivíduo é uma reflexão natural e as influências que exercem na nossa
construção são espontâneas. Não é diferente com o mundo da tecnologia, que desde a sua
evolução tem acompanhado o nosso crescimento até ao tempo em que vivemos. Para se ser
profissional é necessário ser-se tecnológico também e, quando não é necessário, é ainda assim,
uma mais valia e uma competência valorizada.
Deste modo, o impacto é óbvio e infalível. Como designer opero a minha arte através da
tecnologia, utilizo-a para pesquisa, inspiração, instrumento e lazer. Como pessoa e
individualidade, existe um esboço tecnológico aparente que me reflete nas conhecidas redes
sociais ou sites de divulgação de trabalhos. São um agente de mim mesma e ajudam a partilhar o
que me compõe e quem sou, pessoal e artisticamente. Logo, formula o meu discurso no sentido
em que é impossível separar o que sou, da experiência e da minha presença e relação com a
tecnologia dado que não comunico apenas a informação imparcial que pretendo ou que me é
pedida, comunico-me também a mim mesma através de um instrumento tecnológico, quer seja a
um computador, internet, entre outros.
Por fim, é possível concluir que a tecnologia é autora da sua própria era, expressando uma
nova relação do mundo com ele mesmo, fazendo de ponte no processo, ainda evolutivo, entre a
realidade, a sua faceta virtual e as recentes formas de pensamento. Surge a arte tecnológica,
devendo, desta forma, o artista gerir e usufruir o melhor possível da tecnologia em prol da sua
arte.